quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Round eterno...

Desde pequena eu luto contra a balança. Desde pequena eu me sinto diferente das outras pessoas, sempre fui a maior menina da classe, ficava sempre por ultimo nas filas. Comprar roupa então, nem pensar em passar na seção infantil.
Há uma luta muito grande contra o preconceito etnico e social, agora se você é gordo é por que quer, isso é uma escolha sua e não um efeito de um desequilibrio em alguma area da sua vida ou criação. No meu caso foi devido à uma criação sem limites e "privilegiada". Eu tinha tudo ao meu alcance e quanto eu quisesse. Bolo, sorvete, biscoitos, pizza, tudo isso regado a muito refrigerante. A situação se agravou quando entrei na adolescência e retraída e introvertida como sempre fui, as pessoas a minha volta começaram a me cobrar cada vez mais uma aparência mais aceitável. Faziam isso, ao virar o rosto quando eu passava, ao fingir que eu não existia e ao me excluir de toda e qualquer participação social. Atingi meu peso máximo aos 15 anos, com 1,62m cheguei a pesar 84kg. Meu despertar aconteceu no dia 21 de junho de 2003 durante a festa de aniversário de 8 anos do meu irmão. Refrigerante, picolé, bolo, docinhos, cachorro-quente e salgadinhos faziam parte do cardápio e foi então, que enquanto eu me deliciava com um cachorro quente um parente meu me olhou de uma forma peculiar como se tivesse visto uma lesma ou qualquer animal tão ou mais nojento. A minha vontade foi de começar a chorar, lembro de ter engasgado com o aperto que me deu na garganta, e fui para meu quarto onde permaneci até a festa acabar.
Nao sou dramática mas, todos que vivem de luta contra o sobrepeso tem uma história triste pra contar. Alguns sabem lidar com isso melhor que eu e outros se sentem igual a mim.
Comecei minha reeducação alimentar naquele mesmo dia abolindo de vez o refrigerante normal da minha dieta e introduzindo os legumes e vegetais que, hoje são parte da minha rotina alimentar. No dia 21 de junho de 2004 pesei exatamente 54 kgs tendo perdido ao todo 30kgs. Mas, ainda assim não me sentia feliz. Nunca gostei do ambiente da academia, eu sempre enxerguei os magros que a habitam e não os gordos. Eu me sentia, e ainda sinto um alien num ambiente desses o que, me atrapalha mais que ajuda.
Ficaram inúmeras cicatrizes no meu corpo e alma daquela época, onde fui vitima do “bullying” dia após dia. Hoje, estou cursando faculdade, minha personalidade é mais expansiva e sou considerada como uma pessoa extrovertida. Porém, apesar de todo meu esforço para não ceder as pressões de um mundo estereotipado, sofro diariamente com a minha baixa auto-estima e o meu desespero para alcançar pelo menos uma parcela do corpo que acho que mereço. E até isso acontecer não consigo fazer minha vida começar. Nunca fui à praia, nunca fui a uma festa, nunca fui beijada. O meu dano foi mais severo do que de algumas colegas blogueiras que, não deixaram de fazer o que gostam por que possuem uma aparência diferente.
Eu luto ainda contra a gordura localizada que se cimentou no meu corpo, luto contra minha falta de estímulo e coragem, luto contra minha falta de confiança e persisto para alcançar não “O ideal de beleza” mas, o meu ideal de beleza, aquilo que quero. Fiz este blog na esperança de encontrar ajuda naquelas que como, eu, já passaram ou passam por dificuldade básicas que um pouco de peso a mais pode trazer. Espero poder fazer parte dessa família e contar com as experiências e conselhos de todas.
Um abraço a todas!!!
Mrs.Bennet

Um comentário:

  1. Oi flor...
    Vim aqui conhecer teu blog!
    Vou te seguir tb, qqr coisa me chama, q estarei sempre por aqui!
    Bjokassssssss

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